sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

105 Anos da Presença Franciscana em São João del-Rei e o centenário Ginásio Santo Antônio > > > Parte 2


Por Francisco José dos Santos Braga

105 anos da presença franciscana em São João del-Rei

Conforme noticiado na seção anterior, a presença franciscana em São João del-Rei teve início em 1904, quando os Freis Patrício Meijer e Frei Cândido Vroomans vieram a essa cidade, a convite do Monsenhor Gustavo Ernesto Coelho ², vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, para ajudá-lo no seu ministério. Na ocasião, ficaram hospedados no casarão do Monsenhor, contíguo à Capela de Santo Antônio, hoje situado na Rua Santo Antônio, nº 224. ASSIS (1986, pág. 71-77) se estende na constatação das qualidades do referido Monsenhor: "Ponto saliente na fundação do Ginário Santo Antônio teve o então vigário da cidade, o Rev. Monsenhor Gustavo Ernesto Coelho. E aqui bem é o lugar de render um preito de homenagem à memória deste grande são-joanense de coração, amigo do povo e dos Franciscanos. Foi ele quem tomou a iniciativa da vinda dos frades para São João del-Rei, e também foi dele a idéia da fundação do externato".

Já em São João del-Rei, os frades fizeram uma espécie de pesquisa de mercado e chegaram à conclusão de que a cidade necessitava uma escola católica, uma instituição educacional à altura do padrão europeu.

Não que iniciativas isoladas não tivessem surtido bons resultados pedagógicos na cidade: podemos citar a escola do Prof. Travanca, que funcionava até como internato no sobradão da Rua Santo Antônio, correspondendo aos atuais nº 132 e 136; da Prof. Alexina de Magalhães Pinto (1870-1921), pioneira em estudos de problemas educacionais e de folclore; das Prof. Augusta Eliza da Costa Moreira e Porcina da Costa Moreira, parentas do atual Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, Sr. Artur Cláudio da Costa Moreira, as quais tiveram uma escola no mesmo prédio onde os freis estabeleceriam a sua projetada escola católica.

Frei Joel Postma o.f.m. ³, residente no Seminário Seráfico de Santo Antônio em Santos Dumont e curador de um Memorial da Província Franciscana de Santa Cruz, atendendo à minha solicitação, por correspondência me informa, de acordo com suas pesquisas nos arquivos da Ordem Franciscana: "Padre Gustavo Ernesto Coelho, pároco de São João del-Rei, foi informado por frei Gabriel, esmoleiro da Terra Santa, sobre os franciscanos holandeses. Incontinenti, o pároco convidou o Padre Comissário para ajudar e fundar uma casa na sua paróquia. Em 8 de junho de 1904, frei Cirilo la Rose foi a São João del-Rei ajudar na festa do Sagrado Coração e durante uns quinze dias avaliar a situação. Em 28 de julho de 1904, frei Patrício Meijer foi enviado para São João del-Rei, provisoriamente instalando-se como assistente na casa paroquial. Mas não querendo abusar da hospitalidade, frei Patrício pediu licença a seu superior para procurar uma residência própria. Obtendo tal autorização, em outubro alugou uma casa na rua Santo Antônio, nº 22. Em 29 de outubro, frei Cândido Vroomans chegou a São João del-Rei. Sendo a casa de aluguel incômoda e diante das reclamações por melhor habitação, resolveu frei Rogério Burgers, Comissário Provincial, conhecer pessoalmente São João del-Rei, quando o amigável pároco o colocou a par das necessidades e vantagens da fundação de uma escola católica."

Frei Joel adiciona ainda as seguintes informações de forma sucinta: "Em 13/04/1905, frei Benigno van Osch foi ser praeses em São João del-Rei, cargo que ocupou até 01/08/1905. Durante essa primeira gestão, chegou o irmão Boaventura Peters (25/06/1905). Em 01/08/1905 frei Cirilo la Rose substituiu frei Benigno van Osch no cargo de praeses. Em 04/03/1906 chegou frei José de Haas. Em 10/07/1907 foi a vez de chegarem mais três franciscanos: frei Júlio Berten, frei Bertoldo Wartna (Alberto) e o irmão Bernardo Verhoeven. Em 01/05/1909 é fundado o educandário franciscano, germe do Ginásio Santo Antônio. A chegada de outros três franciscanos em 19/10/1909 completou a primeira grande leva de franciscanos a São João del-Rei, a saber: frei Wenceslau Westerhof, frei Florentino Brölmann e o irmão Nepomuceno Blewanus."

Corria o ano de 1909. O escritor sanjoanense COELHO (1998, fls. 10-11) nos dá informações adicionais sobre esse educandário fundado nesse ano: "Os franciscanos começaram com o Grupo Escolar Católico, ao lado da igreja de São Francisco, antes da instalação da escola oficial, a 'João dos Santos', do Estado de Minas." Essa escola primária constituiu o embrião do Ginásio Santo Antônio, que neste ano de 2009 comemora festivamente seu centésimo ano de fundação. Localizava-se num casarão colonial na Rua da Prata (hoje Pe. José Maria Xavier), nº 34, com quatro hectares de terreno anexo. Esse prédio situava-se exatamente entre os dois portões existentes ainda hoje, na frente da atual sede da UFSJ-Universidade Federal de São João del-Rei, ¨demolido por volta de 1934, (o que foi uma pena) após a construção de parte das amplas e modernas edificações, nos fundos," conforme ASSIS (ibid., p. 72). Inicialmente essa escola primária funcionou com o regime de externato, até que em 1º de fevereiro de 1914 o internato teve início. De acordo com ASSIS (ibid., p. 71), os freis "fizeram no prédio algumas modificações e instalaram o dormitório. Foi o Pe. Frei Florentino Brölmann que se interessou em procurar nos municípios vizinhos as famílias que desejassem ter seus filhos no internato."

Ainda cabe observar que, de acordo com COELHO, em 1912 o vigário e os franciscanos se reuniram com as lideranças da comunidade e resolveram transformar a escola primária em ginásio. "A novidade foi bem aceita na região e houve a necessidade do internato, aberto em 1914. Crescendo o Ginásio, um prédio grande foi iniciado em 1916 para dormitório e refeitório. No ano seguinte, bênção e inauguração pelo Diretor, Frei Florentino. As plantas e cálculos vieram da Holanda, em cartolinas arquivadas na FUNREI (atual UFSJ), bases para uma pequena restauração feita há poucos anos. Crescendo mais o Ginásio, nova necessidade de prédios, começados em 1925 com direção técnica de Frei Norberto e de Luiz Baccarini. Planta do engenheiro Luís Morais, do Rio de Janeiro."

CINTRA trata ainda de fatos relacionados com a inauguração da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes (a “capela dos alunos externos”, como costumava ser chamada), em 06/02/1916, verbis: "Bênção e inauguração da Igreja de N. Sra. da Conceição de Lourdes, edificada à antiga Rua da Prata pelos padres Franciscanos (OFM). Oficiou-se missa cantada, tendo ocupado a tribuna sagrada Mons. Gustavo Ernesto Coelho. A parte artística teve como principais atuantes Pe. Frei Cirilo la Rose (harmônio) e Prof. Jafé Maria da Conceição (violino). Também prestigiaram as festas inaugurais os sacerdotes segs.: Frei Braz Berten, irmão de Frei Júlio, Cândido Martins de Alvarenga, Francisco Cipriano da Rocha e José Pedro da Costa Guimarães. Exercia o cargo de superior da comunidade franciscana de S. João del-Rei Pe. Frei Júlio Berten."

Sobre as primeiras grandes obras levadas a efeito no Ginásio, assim se refere ASSIS (ibid., p. 71-72): "Devido ao rápido desenvolvimento do Ginásio, houve necessidade de se fazer novas construções, com bastante urgência. Foi contratado o Sr. Rossini Baccarini, que tomou a responsabilidade de construir novo dormitório e refeitório, que satisfizessem às exigências, ficando na ideia a construção do primeiro pavilhão de um novo colégio, cuja pedra fundamental foi colocada no dia 26.04.916. Mais tarde o Sr. Rossini Baccarini desenhou e executou a obra, a qual foi inaugurada em 1917, tendo como seu primeiro diretor o Pe. Frei Florentino.

Não obstante a existência de novo pavilhão, o Frei Florentino teve a necessidade de adquirir o prédio da Rua da Prata nº 30, de propriedade do Sr. Cel. Olímpio Reis, onde hoje está instalada a sede diocesana. É uma casa histórica para a Ordem Franciscana, porque o referido prédio foi construído no mesmo terreno onde, por quase dois séculos, esteve o Hospício da Terra Santa, instalado em 1743."

Principais reformas do ensino neste período

Nesta altura vamos fazer um breve estudo das principais reformas do ensino no País, no período sob estudo, que foram importantes, entre muitas outras coisas, para definir o perfil nas obras didáticas no Brasil.

A primeira reforma do ensino que cabe destacar foi a de Francisco Campos, regulamentada pelo Decreto nº 19.890, de 18/4/1931, e depois consolidada pelo Decreto nº 21.241 de 4/4/1932. Ela deu ao exame de admissão da época um caráter nacional. Romanelli apud JÚNIOR e MATTOS reconhece que essa reforma "teve o mérito de dar organicidade ao ensino secundário, estabelecendo definitivamente o currículo seriado, a frequência obrigatória, dois ciclos, um fundamental e outro complementar, e a exigência de habilitação neles para o ingresso no curso superior. Além disso, equiparou todos os colégios secundários oficiais ao Colégio Pedro II, mediante a inspeção federal e deu a mesma oportunidade às escolas particulares que se organizassem, segundo o decreto, e se submetessem à mesma inspeção".

A segunda reforma do ensino (de Gustavo Capanema) foi em 1942, quando foi promulgada a Lei Orgânica do Ensino Secundário através do Decreto-Lei 4.244, de 9/4/1942. Essa dividiu o curso secundário em dois ciclos: o 1º ciclo, intitulado "curso ginasial", composto de quatro séries, e o 2º ciclo, subdividido em "curso clássico" e "curso científico", composto de três séries. A conclusão desses dois ciclos do curso secundário era exigida para a entrada em qualquer curso superior, dando estabilidade às disciplinas do 2º ciclo, cujos programas serviriam de base para o vestibular ou "exame de habilitação". A Portaria nº 966 de 2/10/1951 incumbe a congregação do Colégio Pedro II de elaborar programas das diversas disciplinas do curso secundário. Assim, pode-se dizer que o Colégio Pedro II passa a se responsabilizar não só pelos conteúdos a serem trabalhados mas também pela abordagem desses conteúdos.

JÚNIOR e MATTOS, no seu estudo sobre o conteúdo dos livros didáticos de Física nas décadas de 50 e 60, criticam a pedagogia ali utilizada por seu caráter informativo, "já que o processo de transmissão de conhecimento possui uma mão única na direção do professor para o aluno. A ciência não é caracterizada como historicamente construída pois é posta nos livros sem uma postura indagadora. (...) Sendo assim, a visão de ciência ensinada a um aluno do ensino secundário da época era apenas de cálculos complicados, onde a principal finalidade era a preparação para o ensino superior."

Até 1943 o Ginásio Santo Antônio oferecia o curso secundário no período de 5 anos. Os alunos estudavam de manhã e de tarde em regime intensivo.

A partir de 1943, o Governo da República, pelo Decreto 11.194, de 4/1/1943, concede ao Ginásio Santo Antônio "as regalias oficiais para manter os cursos clássico e científico", passando a chamar-se então Colégio Santo Antônio (art. 3º ). Conforme "O Porvir", nº 318, Ano XX, de 31/1/1943, a partir de então, os alunos que se matriculavam , poderiam cursar os 4 anos ginasiais (1º ciclo) e também os 3 anos colegiais (2º ciclo) sob a modalidade de curso científico ou curso clássico. Fiel à tradição, para mim foi e será sempre Ginásio Santo Antônio, embora eu tenha sido submetido ao novo regime de 4 anos de curso ginasial e 3 anos de colegial (curso clássico).

O curso de admissão

Para ingressar no Ginásio Santo Antônio, não bastava o aluno ter concluído com proficiência o curso primário. Havia a necessidade de frequentar o 5º ano ou curso de admissão ao Curso Ginasial. Em São João del-Rei, na época de que tratamos, duas professoras se notabilizaram na transmissão dos conhecimentos necessários ao ingresso no Ginásio Santo Antônio: Beatriz Albergaria e Maria do Carmo de Assis ("Carmita").
Frequentei as aulas de Dona Albergaria no Salão da Paróquia da então Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, quando - digno de registro! - privei da amizade de um aluno com uns dez anos a mais, sempre trajando um terno preto, que diziam tocar piston (trompete) com maestria: o saudoso Chico Mangabeira (Francisco Mangabeira da Silva). Ouvi-o em seguida em salões de baile e em serenatas pelas ruas da cidade, comprovando sua incrível habilidade. Dele possuo as partituras do arranjo que fez para a peça teatral Missa Leiga nº 2 para piano, piston e coro sobre música de Cláudio Petraglia, que foi encenada pelo TÚNIS-Teatro Universitário São-joanense, e do arranjo para banda que fez para o Hino do Social Futebol Clube sobre melodia de Alberico Zanetti Neto e letra de Gustavo Sette de Resende Campos.

O ingresso no “Santo Antônio”

O ingresso no Ginásio Santo Antônio se dava através de concurso de admissão, exigindo dos candidatos aprovação em prova escrita e em prova oral. Nesta última, costumava-se sortear um ponto para que o candidato discorresse perante uma banca julgadora sobre a matéria sorteada. A critério da banca, o aluno era aprovado ou reprovado.

Era tão grande o interesse de ingressar no "Santo Antônio" que várias turmas eram formadas, especialmente após o ingresso dos candidatos ao Curso Ginasial. Por isso, a 1a. Série costumava abrigar 4 ou mais turmas (A, B, C, D, ...). Após a 1a. Série, devido ao elevado número de reprovações, a tendência era as próximas séries do Curso Ginasial serem compostas de apenas 1 ou 2 turmas.

Para aqueles estudantes que não tinham se adaptado ao ensino "puxado" ministrado no "Santo Antônio", havia a possibilidade de recorrer à Escola de Comércio, dirigida pelo Major Bidart, ou ao Colégio Dom Bosco, dirigida pelos padres salesianos.

Disciplinas no ano que ingressei (1961): Religião, Português, Latim, Francês, Inglês, Matemática, Ciências, História Geral, História do Brasil, Geografia, Trabalhos Manuais, Desenho, Canto Orfeônico e Educação Física. Na ocasião, as aulas eram teóricas, ministradas de manhã (8 h às 12 h). Havia duas exceções: em dias determinados, a disciplina de Educação Física precedia o horário normal das aulas (às 7 h) e a de Trabalhos Manuais era à tarde (16 h às 18 h).

Cursei 1a. Série B, 2a. Série A, 3a. Série A e 4a. Série A no Curso Ginasial (1961-1964).

No Curso Colegial Clássico (hoje ensino médio) cursei mais 3 Séries (1965-1967). Nesta fase, as disciplinas de Grego, Latim, Francês e Química eram ministradas à parte aos alunos do "Clássico". As outras disciplinas (Física, Biologia, Português, Inglês, Geografia Econômica, História e Educação Física), oferecidas aos estudantes do Curso Colegial Científico, eram também estendidas aos alunos do "Clássico".

Meu pai costumava contar que, em sua época, não havia essa subdivisão. O curso secundário constava de 5 anos, com presença obrigatória de manhã e de tarde.

O Ginásio Santo Antônio dos meus tempos de aluno tinha instalações adequadas a uma vida em comunidade, desde salas de aula amplas e arejadas, laboratórios completamente equipados de Física e História Natural, duas capelas (uma para internos, que possuía um órgão de origem européia, e outra, para externos, cujo nome é Igreja de Nossa Senhora de Lourdes), gráfica, duas bibliotecas, salão de leitura, salas de lazer, gabinete médico e dentário, farmácia, barbearia, cantina, refeitórios, dormitórios, salão nobre, quadra de esportes, piscina, teatro, três pianos sendo dois pianos de armário que ficavam no teatro e na sala da Admissão (também usada para ensaio do coral) e um piano de cauda que ficava numa das bibliotecas, até três campos de futebol (para alunos menores, médios e maiores).

Para mim os pianos especialmente eram de encher o ôlho, pois tive que recorrer a eles para realizar meus estudos técnicos diários e passar peças do meu repertório dos meus 13 aos 16 anos de idade. Ainda conservo comigo 6 cadernetas escolares do período em que estive sob a orientação dos franciscanos, e no mês de março de 1965 pode-se ler ainda: "A pedido, pode-se abrir a porta da sala da Admissão às 13,30 para estudo de piano do Francisco José. Ass.: Frei Felicíssimo".

Professores de minha época (1961-1967):

Frei Orlando Rabuske, apelidado "Escovinha" (lecionava Canto Orfeônico e era regente do Coral de Meninos Cantores, além de pianista), Frei Hilário Meekes (prof. de Francês e normalmente era visto acompanhado dos cães Pajé e Lobo), Frei Geraldo de Reuver, o "Perereca", que recebeu esse apelido por pronunciar o "r" à moda francesa, tendo dito: "Olha a perrerreca no burraco da parrede" (organista, regente do Coral de Meninos Cantores antes de Frei Orlando Rabuske, excelente marceneiro, professor de Matemática, Francês - autor de Gramática Elementar da Língua Francesa e Francês —Leituras e Exercícios para os quatro anos do Curso Ginasial - e Canto Orfeônico, tendo sido o último diretor (1968-1972) do Ginásio Santo Antônio), Frei Manuel Smeltink (Francês e Latim), Frei Fagundes van Dreumel (Grego), Frei Jordano Noordermeer (Matemática e Fisica), Frei Feliciano van Sambeek (diretor no período 1965-1967, além de professor de Física), Frei Beno van Buijtenen (Biologia), Frei Gottardo Boom, Frei Metelo Geeve (Biologia e Química), Frei Jaime Steneker, o "Jamelão" (diretor em 1963, Prefeito de Disciplina e professor de Inglês), Frei Paciano van Schaijik (Inglês e Geografia Econômica), Frei Seráfico Schluter (prof. de Francês e normalmente se fazia acompanhar pelo cão Rebelde), Frei Diogo Reesing, o "Diogão" (Inglês), Frei Felicíssimo Mattens, o "Tamancão" (sempre acompanhado de sua cadela Bolinha, diretor no período 1951-1957, violinista e professor de Francês), Frei Erardo Veen (primeiro ministro-provincial da Província de Santa Cruz e diretor no período 1963), Frei Amâncio (atualmente Frei Guilherme) van Wordragen (Matemática), Frei Ângelo van Heijningen (diretor do Asilo São Francisco), Frei Augusto Uiterwaal (Prefeito de Disciplina, professor de Matemática, que em 2009 comemora 60 anos dedicados à vida religiosa), Frei Rufino Peters (diretor no período de 1938-1945 e professor de Latim), Frei Salvador Tonino (funcionário da Tesouraria), Frei Valério Heisen (diretor no período 1962-1963), Domingos Horta, o "Domingão" (Português e História), Geraldo Silva, o "Jaburu" (Geografia e Trabalhos Manuais), Thomaz Perilli, o "Pirilão" (Desenho e Matemática), Ivan Della Croce, o "Beiçola" (Geografia), Abgar Campos Tirado (Português e Inglês), Evandro de Almeida Coelho (História), Blair Simões Ribeiro (Matemática), José Cândido de Almeida, pseudônimo Juca Aurélio (Educação Física), Elpídio Antônio Ramalho (Português), Laís Medeiros Garcia de Lima (Inglês), Denaide Imbroisi (Inglês), Rafael de Almeida Coelho (Química), Dr. Álvaro Augusto de Paula Viana (Latim para Vestibulares).

Frades leigos: Frei Cleto Egink, Frei Orlando de Moraes.

Funcionários: na Secretaria, Valdir Martins e Nilton Ferreira; na Portaria, o Sr. José das Neves ("Juca"); na Barbearia, Arlindo Santana; na Cantina, Roberto Pirulito, o generoso "Monsieur", e seu filho; na Marcenaria, Ari Guimarães, que era o responsável pelos quadros de formatura, verdadeiras obras de arte; além desses, o disciplinário Manuel Trindade, apelidado Zito, treinador do Esparta na década de 60; as empregadas Inês, Maria Trindade, Marta Maria, Mariana, Jandira, Lourdinha e Marta.

Regentes de disciplina: Frei Jaime Steneker e Frei Diogo Reesing

Párocos: Frei Francisco Seesing (1967-1969), Frei Orêncio Vogels (1970-1985), Frei Justino Burgers (1986-1997), Frei Estanislau Bartholdy (1998-2003), Frei João José de Jesus (2004-2006) e Frei Renato Alves Rodrigues (2007-2009).
 
Prof. Geraldo Silva, o "Jaburu"
 
Colegas de turma durante os Cursos Ginasial e Colegial: Dr. Marco Antônio de Araújo Rangel, Dr. Carlos Antônio de Souza Campos, Antônio de Souza Campos, Pedro Aguinaga (RJ), Hilton Rocha Filho (de Belo Horizonte), Dr. Mário Lacerda Soares Neto, Mateus Eustáquio Salomé de Oliveira, Djalma Tarcísio Ferreira Assis, Orlando de Paiva Barros, Dom Celso Lourenço de Oliveira, Afonso Palhares, José Eudes Braga (1949-1985), Dr. Antônio Taier, Flávio Costa Gonçalves, Enéas Dutra Leal, Jairo, Carlos Marcos Henriques (1947-2003), Thales Silva (de Prados), Paulo Sérgio Siqueira dos Santos (sineiro) (1947-1970), Dr. Luiz Antônio Neves de Resende ("Laíde"), José Luiz Gattás Hallak, José Ângelo Gallo, Carleen Ione Larsen e seu irmão Gary Larsen (U.S.A.), Alfredo Ratton, Robson Braga Andrade, Aloísio Lara, Geraldo Egle, Nicanor Neto Armando, Sebastião Rodrigues dos Santos, Roberto Ávila, Haroldo Sabóia (Deputado maranhense), Dr. Frederico Baêta Guimarães (de Cristiano Otoni-MG), Mário Portela, Mauri Antônio de Souza, Marcos Monteiro, Murilo Monteiro, Murilo Chafi Hallak, Juarez Machado de Alcântara, Edgar Antunes, Carlos Alberto Muffatto, Moacir Cristóvão Guimarães, Luiz Fernando Alvarenga Dias, José Raimundo Lobosque, Enildo Garcia, José Pereira Marques, Mário Lúcio Santana, Mário das Neves e Manoel das Neves, Antônio Olavo Freire d' Aguiar, Raimundo Nonato Silva, José Cleto Pelegrinelli, Mateus Salomé, Pedro Nontini, Euler Fernando Ribeiro e Silva, Marcelo Antônio Campos Mourão, seminaristas José Galdino Ulysses, José Luzia e Joel.

Ex-alunos ilustres: Presidente Tancredo Neves, João Guimarães Rosa (Cordisburgo-MG, 1908-1967), Senador Alfredo Campos (Abaeté-MG, 1942-2008), Senador Francisco Dornelles, Deputado Matheus Salomé de Oliveira (Cláudio-MG, 1907-1955), Deputado Haroldo Sabóia (São Luís-MA), Deputado Clóvis Pestana (Porto Alegre-RS, 1904-2001), Deputado Luiz Fernando Ramos Faria (Santos Dumont-MG), Deputado Wainer de Carvalho Ávila, Prefeito Dr. Milton Resende Viegas, Dr. Carlos Mário da Silva Velloso (ex-presidente do STF e do TSE), Dom Lucas Moreira Neves (1925-2002), Frei Estanislau Bartholdy, Deputado Celso Gabriel Passos, Dr. José Costa Loures (desembargador e professor), General Carlos Luís Guedes, Dr. Olinto Fonseca Filho, jornalista e escritor Otto Lara Resende (1922-1992), poeta e jornalista Paulo Mendes Campos (1922-1991), escritor Fernando Sabino (1923-2004), dramaturgo e médico José Geraldo Dângelo, o “Jota D' Ângelo”, Attila Carvalho Godoy, Dr. Paulo César de Araújo Rangel, arquiteto Haroldo Alves Nogueira (BH), Dr. Belisário Leite de Andrade Neto, Dr. Custódio Lourenço de Oliveira, Dr. José de Carvalho Teixeira, Dr. Marcelo Santiago Costa, Dr. José de Alencar Ávila Carvalho, Dr. João Braz de Carvalho, Mozart Vianna de Paiva (Secretário Geral da Presidência da Câmara dos Deputados), Francisco de Almeida Neves (proprietário do Café Rio de Janeiro), historiador Luiz Antônio Ferreira (funcionário da UFSJ), historiador Sebastião de Oliveira Cintra (1918-2003), historiador Dario Cardoso Vale, Ernani Pequeno e Paulo Pequeno (filhos do musicista João Pequeno), Nelson Teixeira de Almeida, Prof. Abgar Antônio Campos Tirado, Lúcio Flávio Baioneta, Roque da Fonseca Braga (1918-1984), Júlio Teixeira (1918-1994), José de Abreu, Rubens de Barros, Júlio Mário Mourão, Walter Luiz Baccarini, Alexandre Borges Matos, Roberto Simões Coelho, Walter Mourão Ratton, Mário Lombardi, Murilo Viegas, José Caetano de Carvalho, Sebastião Gaede, Rubens Farnese, Sílvio Assis, José Raposo, Reginaldo Silva Neto, José Norberto Esteves, Dickens Ferraz, Tácito da Silva Moura, Charrid Resgala, Chafik Abdo Haddad, Paulo Rezende, Nilo Brasiel Vale, Elias Jorge Nicolau, Rafil Chala Sade, Roberto Chala Sade, Jorge Chala Sade, Deputado Jorge Hannas, Miled Hannas, Naib Ferreira, Rui Canaan, Assad Ferreira, Alírio Silva, Roberto Silva, Aldo Rezende, Gil Amaral Campos (1939-1999), Santiago Sabino de Carvalho (violoncelista da Royal Philharmonic Orchestra), Murilo Geraldo de Souza Cabral, Dr. Euclydes Garcia de Lima (1905-1955), Dr. Euclides Garcia de Lima Filho, Dr. Francisco Diomedes Garcia de Lima (1931-1993), jornalista e escritor Roberto Drummond (1933-2002), Dante José de Araújo, Aloísio de Paiva Barros, Roberto William de Carvalho, Dr. Márcio Nacif, Patrícia e Wilson de Pádua Pereira, o pradense Luiz Fonseca, o holandês Dr. Nicolau Schoenmaker, Sérgio e Fábio Dornelles, Ivan Jaccoud, Marcelo Álvaro de Souza, Roque César dos Santos Braga (aprovado no vestibular do ITA e da UFMG sem cursinho), Carlos Fernando dos Santos Braga, Luiz Antônio dos Santos Braga, José Cláudio Henriques, ex-Procurador Geral da República Aristides Junqueira, Gustavo de Almeida Coelho, Evandro de Almeida Coelho, Fernando de Almeida Coelho, Rafael de Almeida Coelho, José Carlos Hernández Prieto, Mário Lombardi, José Gaede, dentre muitos outros.

Rotina do "Santo Antônio":

6 h: alvorada

6 h 30 min: café da manhã e missa na capela interna (voluntários)

7 h 15 min: estudo

8 h-12 h: aulas

12 h: almoço

13 h 30 min: 1º estudo

14 h 30 min: lanche

15 h: 2º estudo

16 h: lazer e esporte

18 h: jantar e recreio

19 h 30 min: 3º estudo

20 h 30 min: recolhimento aos dormitórios

21 h: apagar das luzes no dormitório dos menores

21 h 30 min: apagar das luzes no dormitório dos maiores

Material didático exclusivo do Ginásio Santo Antônio

Quando citei os nomes dos professores do meu tempo, observei que Frei Geraldo de Reuver publicou importante obra: Gramática Elementar da Língua Francesa ("de acôrdo com os programas oficiais") que adotava na disciplina de Francês. Além dessa gramática, ele adotava, também de sua autoria, Francês (Leituras e Exercícios para os quatro anos do Curso Ginasial), fazendo com que numerosos e variados exercícios correspondessem a capítulos da Gramática. É importante frisar que essa não era uma exclusividade de Frei Geraldo. Outros freis, além da utilização dos livros clássicos da disciplina que lecionavam (por exemplo, no que se refere à Física, Frei Jordano e Frei Feliciano adotavam no curso científico o livro “Problemas de Mecânica”, de A. A. Maia, editado em 1958 pela Moderna Ltda, cujo conteúdo estava de acordo com a Portaria nº 966 de 1951; na disciplina de Francês lecionada por Frei Felicíssimo, era utilizado “Le Français Accéléré” e sua Pequena Gramática da Língua Francesa, editada por Barbieri & Gorgatti-São Paulo e que ele humildemente considerava "adaptada por Felicíssimo Mattens", etc.), também faziam uso de material didático que eles próprios produziam e que se constituíam em material gráfico exclusivo do Ginásio. Assim, os freis Jordano (Matemática e Física), Feliciano (Física), Manuel (Francês), Jaime (Inglês) e outros utilizavam material didático de sua própria autoria e produzido pela Gráfica do Ginásio em mimeógrafos. 
 
O autor desta gramática é Frei Felicíssimo Mattens
 
Frei Fagundes tinha um método "sui generis" para as suas aulas de Grego: seu material didático consistia de cadernos, que ele pacientemente preenchia com pequenas anedotas e histórias recolhidas com fim didático e que eram entregues aos alunos no começo e recolhidos ao final do semestre. Se bem me lembro, esse material didático excepcionalmente instrutivo iniciava-se com um conto sobre a rainha Pentesileia. Consta, de acordo com o Pseudo-Apolodoro, que essa rainha amazônica entrou na Guerra de Tróia, depois de matar por acidente sua irmã Hipólita. Esse acidente causou tanta dor a Pentesileia que, desejosa de morrer, foi fácil convencê-la a entrar na Guerra de Tróia. Segundo a versão mais conhecida, Pentesileia foi morta por Aquiles.

Parada de Sete de Setembro

Todo ano as comemorações do Sete de Setembro eram vivamente aguardadas por todos os alunos. Um mês antes iniciávamos os ensaios, primeiro "de leve", só na hora do recreio. O Frei Jamelão, Prefeito de Disciplina do Ginásio, coadjuvado por uns servidores, colocava-nos em filas, formava os pelotões, com o olhar media as alturas — maiores na frente, menores atrás. Mais tarde, na penúltima semana, o ensaio já era no grande pátio que se estendia pelo campo de vôlei, atingindo as instalações para educação física. Sr. Juca Marreta era incansável na busca da perfeição no ordenamento dos pelotões. Na última semana, os ensaios já aconteciam à tarde com comparecimento maciço, inclusive da Banda e dos porta-bandeiras, ao longo das áreas externas do Ginásio e algumas ruas da cidade. Era um objetivo comum exibir todo o garbo estudantil durante a parada. Envidávamos nossos melhores esforços, porque sabíamos que seríamos admirados pelas moças presentes ao desfile e especialmente pelas alunas do Colégio Nossa Senhora das Dores e que a cidade esperava uma grande exibição de civismo por parte do grandioso Ginásio Santo Antônio. Todo esse movimento pró-desfile era secundado por mensagens alusivas à Pátria e ao Patriotismo, estampadas na primeira página de "O Porvir" dirigido pelo Prof. Domingos Horta, conforme ocorreu no seu nº 305, Ano XVIII, de 23/8/1941.

(Continua na Parte 3 desta série)



* Francisco José dos Santos Braga, cidadão são-joanense, tem Bacharelado em Letras (Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, atual UFSJ) e Composição Musical (UnB), bem como Mestrado em Administração (EAESP-FGV). Além de escrever artigos para revistas e jornais, é autor de dois livros e traduziu vários livros na área de Administração Financeira. Participa ativamente de instituições no País e no exterior, como Membro, cabendo destacar as seguintes: Académie Internationale de Lutèce (Paris), Familia Sancti Hieronymi (Clearwater, Flórida), SBME-Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (2º Tesoureiro), CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro), Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-MG, Instituto Histórico e Geográfico de Campanha-MG, Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ e Fundação Oscar Araripe em Tiradentes-MG. Possui o Blog do Braga (www.bragamusician.blogspot.com), um locus de abordagem de temas musicais, literários, literomusicais, históricos e genealógicos, dedicado, entre outras coisas, ao resgate da memória e à defesa do nosso patrimônio histórico.Mais...

8 comentários:

Anônimo disse...

gostei do blog. parabéns.

por acaso tem alguma informação mais completa a respeito do Professor Domingos Horta? estou interessado e agradeço antecipadamente.

marcelo
marcelo.mouramonteiro@gmail.com

Anônimo disse...

Muito romântica e saudável a sua informação. Ocorre, que, por um lapso, não foram incluídas as professoras D. Marlene (inglês) e a mais conhecida de todas, D. Carmita, mulher muito justa e humana.

Também, você, corretamente, não foi pelego, não incluindo Aécio Neves como ex- aluno ilustre,como um certo cidadão, da elite sanjoanense, mencionou em um jornal desta cidade, no ano passado.

Parabéns, e que saudades do campo do Esparta, quando pulávamos o muro do Rio Acima para jogarmos nossas peladas.

Anônimo disse...

Gostaria de fazer uma observaçao, o Sr. Rossini Baccarini, citado, nao passa de Rosino Baccarini arquiteto professor em Juiz de Fora

Adil Cristina B. Esteves Bassini disse...

Prezado Braga,

sou filha do José Norberto Esteves e, recentemente, vi na Internet a apresentação que você fez para o poema dele, "A vida começa aos 40..."

Ali, você mencionu que o nome correto do poema seria "A vida começa aos 90..." e que o papai, por um lapso, não corrigiu o título.

Mas, na verdade, o título está correto. E casa perfeitamente com o início do poema: "Eu, por mim, preferirira que começasse aos noventa... e caminhasse para traz!!!".

Assim, ele faz referência ao ditado popular (que a vida começa aos 40) e estabelece a sua escolha (que ela pudesse começar, de fato, aos 90).

Quero agradecer-lhe, ainda, em nome de minha família, as suas gentis palavras sobre ele. É muito bom vê-lo lembrado também pelos amigos que ele tanto prezava.

Por fim, parabenizo-o pelo Blog que está muito bem feito e que nos leva a uma viagem no tempo e no espaço, relembrando pessoas queridas e histórias que soam tão familiares. Continue prestando este serviço à memória da nossa gente!

Muito obrigada,

Adil Cristina B. Esteves Bassini

Dr. Lúcio Flávio Baioneta (conferencista e proprietário da Análise Comercial Ltda) disse...

Meu prezado amigo, FJSBraga, agradeço lhe pela inesquecível resposta sobre a minha busca para encontrar um exemplar da Pequena Gramatica da Língua Francesa, escrita pelo nosso mestre Frei Felicíssimo Mattens.
Porque inesquecível?
Li com o coração e não com os olhos as paginas do Blog do Braga, http://bragamusician.blogspot.com.br/2009/12/105-anos-da-presenca-franciscana-em-sao_18.html sobre os 105 anos da Presença Franciscana em SJDR.
Vi me no inicio do ano de 1953, atravessando com meus pais, uma ponte metálica para pedestres sobre o córrego do Lenheiro, numa manha de domingo em que éramos guiados pelo som dos sinos em busca de uma igreja.
Extasiados, nos quedamos frente aos trabalhos em pedra sabão que adornam a porta principal da maravilhosa Igreja de São Francisco de Assis. Finda a missa, perguntamos a alguém, onde ficava o Ginásio Santo Antonio? e ele disse, apontando com o dedo:- é ali, naquele portão.
Começava, exatamente naquele momento, a mais emocionante, fantástica e proveitosa aventura de minha vida.
Tinha 11 anos de idade.
Ao ler os seus escritos, sentei me novamente nas carteiras daquele educandário, onde vivi, durante 05 anos como aluno interno, e relembrei carinhosamente cada um de meus mestres.
A eles, Da.Carmita, Prof. Thomaz Perilli, Prof.Geraldo Silva, Prof. Domingos Horta, Prof. Elpídio Antonio Ramalho, meu paraninfo, Frei Conrado, Frei Seráfico, Frei Salésio, Frei Feliciano, Frei Metelo, Frei Beno, Frei Jordano, Frei Jaime, Frei Geraldo, Frei Felicíssimo, meu diretor, devo os pilares de minha humilde sabedoria.
Àqueles educadores devo os pilares da moral, da honra , da dignidade e da humildade sem subserviência.
Aprendi a ter orgulho sem ser prepotente.
Aprendi a ser homem e a respeitar outros homens dignos.
Lutar pela liberdade e pela democracia.
Defender os humildes e os esquecidos.
Ser justo, sendo juiz de mim mesmo.
Ver os bens materiais como forma de poder ajudar alguém. Jamais a cobiça.
Quando no principio de dezembro de 1957, na noite de minha formatura, desci as escadas do palco do nosso cine teatro, ladeado pelos meus orgulhosos pais, tinha no peito a medalha de ouro daquele educandário e trazia na alma a vontade e o preparo para enfrentar a vida.
Guardei aquela medalha por 57 anos e dentro das paredes sagradas do Instituto Histórico e Geográfico de São João Del Rey, na frente de seus ilustres membros, entreguei-a ao meu filho, para que ele um dia a entregasse ao meu neto.
Não lhe passava uma medalha, passava lhe o simbolismo de como se deve educar um cidadão, e disse isto, a todos os presentes:-
Nós só nos tornaremos uma nação, quando elegermos a educação de nossos filhos, de todos os brasileiros, como a mais importante missão de nossas vidas. Deixaremos de aparecer nas páginas policiais dos noticiários estrangeiros e apareceremos nas cerimonias de entrega do Prêmio Nobel. Transformaremos os risos do deboche em aplausos pela estatura intelectual que alcançarmos.
Obrigado, amigo, por ter-me levado de volta a um passado que nunca irei esquecer até o final de meus dias, e do qual muito me orgulho.
Não posso encerrar, sem antes agradecer ao povo de São João Del Rey, que durante 5 anos me acolheu e que, durante toda a minha vida, sempre que lá retornei, fui recebido de braços abertos. São João Del Rey é a minha segunda terra natal.
Abraços do amigo, Lúcio Flávio.

Dr. Lúcio Flávio Baioneta (conferencista e proprietário da Análise Comercial Ltda) disse...

Meu prezado amigo FJSBRAGA, de repente eu me vi, no inicio do ano de 1953, com 11 anos de idade, saindo do Hotel Espanhol, com meus pais em busca de uma igreja para assistirmos à missa dominical. Resolvemos seguir os sinos cujo badalar mais nos agradava e chegamos à monumental igreja de São Francisco de Assis.
Depois da missa conhecemos o Ginásio. Fiz o exame de admissão e não voltei para minha Curvelo, fiquei naquele imenso prédio que durante 5 anos tornou-se a minha segunda casa.
Vi, com imensa emoção, todos os vídeos. Os alunos daquele encontro não foram meus contemporâneos. Revi o prédio, os dormitórios, os laboratórios, os salões de estudos, os refeitórios, os pátios, os campos de futebol e revi o que para mim foi o mais importante:-os mestres e os frades franciscanos que com seus ensinamentos fizeram de mim um homem. Caráter, honra, humildade.
Não vou esconder que cheguei as lágrimas; triste é se eu não tivesse chorado.
Guardo este Ginásio, estes frades e estes mestres no meu coração, até o final de meus dias. Vou guardar estes vídeos para sempre.
Muito obrigado por ter-se lembrado de mim.
Abraços do Lúcio Flávio.

Murilo S Romeiro disse...

Boa noite.
Encontrei seu blog hoje.
fui ex aluno do Colegio Santo Antonio - CSA - estudei de 1960 a 1963, da primeira série ginasial até o terceiro ano. Repeti o terceiro ano e depois me mudei para Taubaté com a família onde terminei meus estudos e me formei Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia de Taubaté.
Reler os nomes e lembrar daqueles tempos através de suas palavras foi ótimo.
Ainda preservo alguma coisa daquela época e tenho um exemplar da Gramática Elementar da Língua Francesa - 4a. edição - 1960 - escrita pelo Frei Geraldo de Rewer O.F.M.
Meu nome é Murilo Sergio Romeiro ( natural de S.João del Rei ) e estudei com alguns desses citados , como por exemplo, os irmãos Dornelles , o Roque Braga e outros.
Abraços e parabéns pelos registros.
meu email para contato
ms_romeiro@yahoo.com.br

Lúcio Flávio Baioneta (proprietário da Análise Comercial Ltda e ex-aluno do Ginásio Santo Antônio de São João del-Rei) disse...

Meu prezado FJSBraga,
Esta pandemia vai passar e vou voltar à cidade que mais gosto:-São João Del Rey para abraçá-lo novamente e, a tantos amigos que por aí deixei.
Irei ao endereço aqui em BH que você me indicou para ver se consigo alguma coisa e lhe avisarei.
Li todo o artigo que você escreveu sobre os 105 anos da chegada dos Frades Franciscanos em São João Del Rey. Artigo de fôlego, meus parabéns. Excelente.
Muito obrigado por tudo e um até breve, se Deus quiser.
Lùcio Flávio.