segunda-feira, 10 de setembro de 2012

JÚLIO TEIXEIRA, notável da histórica cidade de São João del-Rei e baluarte da Fundação Municipal dessa cidade (atual UFSJ) - 1ª Parte


Por Francisco José dos Santos Braga



I. INTRODUÇÃO

Quem se aventurar a ilustrar a galeria de notáveis da cidade de São João del-Rei, por certo, não poderá desconsiderar a figura ímpar na expansão do ensino superior dessa cidade, representada por Júlio Teixeira, o "Julinho", Diretor Executivo da Fundação Municipal de São João del-Rei durante nove anos.

A ocasião de fazer esse exercício de memória me parece extremamente propícia, já que, neste ano de 2012, a UFSJ comemora oficialmente o seu 25º aniversário, considerado a partir da instalação da FUNREI em 21 de abril de 1987. Mas de 1970 a 1987 o que aconteceu? Ou como o saudoso Dr. Milton Resende Viegas perguntaria, se cá entre nós ainda estivesse: Mas, afinal, quais foram as “Raízes da FUNREI”? Que ilustres são-joanenses deram seu sangue, suor e lágrimas, para que surgisse essa instituição superior de ensino, pesquisa e extensão que tanto orgulho traz aos atuais são-joanenses, por seu excelente corpo docente, na sua maioria pesquisadores, mestres e doutores, e corpo discente, composto de estudantes de vários Municípios, Estados brasileiros e até de outros países?

Atrevo-me, portanto, a dizer que a UFSJ não comemora o seu 25º ano de existência: esse é o tempo da federalização. 42 anos separam o início dos trabalhos, dos dias atuais. Houve desde 1970 uma equipe que sonhava com uma Universidade Federal em São João del-Rei, lançando corajosamente os seus fundamentos. Os primeiros 17 anos não podem nem devem ser relegados para o segundo plano ou para uma era jurássica. Cabe-nos a responsabilidade de reintegrar esses 17 anos à história da UFSJ e nada melhor que, nesta comemoração atual dos inegáveis benefícios que a UFSJ trouxe a São João del-Rei e cidades vizinhas, reconhecer e inserir esse período de lutas árduas, busca insana por recursos financeiros, procura incessante de professores capacitados e conquistas diárias comemoradas individualmente, para que em 1987 se pudesse finalmente colher os frutos da tranquilidade de viver sob a égide do Governo Federal. 

Não devo nem posso silenciar-me sobre essas inquietações que não são só minhas, mas de todas as famílias dos benfeitores da antiga Fundação Municipal, com que tive a oportunidade de avistar-me durante a realização desta pesquisa, sob pena de, com a minha omissão, estar contribuindo para uma política tão desastrada em moda em nosso País, que se propõe a apagar e detratar nossos heróis (que já são tão poucos!), a deletar os grandes feitos que herdamos do passado (que não é tão longínquo assim) e a erigir uma verdade (que está longe de ser “a” verdade real dos fatos objetivos, incidindo na prática de algo que, em Direito, os causídicos chamam “litigância de má-fé”, prevista no art. 17 do Código de Processo Civil). 

Ao relembrar nesta página a figura ímpar e admirável de Júlio Teixeira, não me proponho a destacá-lo dos demais benfeitores seus contemporâneos que sonharam com uma Universidade Federal em São João del-Rei, mas sim lançar alguma luz sobre os seus feitos, colaborando para que, “amanhã, quem sabe, nos dias de outras vivências, os futuros universitários e os novos cidadãos de São João del-Rei voltarão suas atenções para as origens dos feitos aqui descritos, e de muitos outros, arquivados no passado, recente ou distante”, conforme nos alertava o acadêmico e historiador José Augusto Moreira, autor do prefácio lapidar do livro “Raízes da FUNREI”, da autoria de Milton Resende Viegas. Então, na pessoa de Júlio Teixeira, pretendo homenagear essa plêiade de vultos ilustres, são-joanenses de berço ou por adoção, que se distinguiram na instalação, construção e desenvolvimento da Fundação Municipal de São João del-Rei. A todos eles, a minha homenagem e a eterna gratidão e reconhecimento de todos os são-joanenses.

Em prefácio ao livro intitulado "Galeria das Personalidades Notáveis de São João del-Rei" do historiador são-joanense Sebastião de Oliveira Cintra, Dom Lucas Moreira Neves indaga: “Será lícito comparar uma cidade a um ser vivo – a uma pessoa humana? Pessoalmente respondo sim e penso que as cidades, como as pessoas, são um composto de corpo e alma. O corpo é a estrutura externa, visível e palpável da cidade. A alma é a história, a tradição, a vida da cidade e, — por que não? — a vida e a atitude das pessoas que, num determinado período, representam o seu espírito.” É desta alma são-joanense no período de 1970 a 1987 que pretendo tratar neste trabalho, quando me reporto a fatos relevantes que destacaram essa personalidade notável de São João del-Rei, chamada Júlio Teixeira.

VIEGAS (1996, 44) deixou registrado o seguinte depoimento acerca do empenho e desdobramento com que  se houve Júlio Teixeira no cargo de Diretor Executivo da Fundação Municipal de São João del-Rei: "(Em 1979) o Sr. Júlio Teixeira solicitou o seu afastamento como Diretor Executivo, cargo que exerceu durante nove anos, sem aceitar nenhuma remuneração; sempre solícito, atencioso e responsável." O que não foi mencionado é que Júlio Teixeira despendeu muito do seu próprio bolso para localizar e trazer a nossa cidade os melhores professores, não poupando esforços e recursos pessoais nesse seu intento, mobilizando diversos colaboradores e simpatizantes da causa, como, por exemplo, Roque da Fonseca Braga, Edson de Assis Coelho, Sílvio Teixeira, José Alvim Resende, dentre muitos outros.


II. DADOS BIOGRÁFICOS DE JÚLIO TEIXEIRA

Neto paterno de Vicente de Paula Teixeira e Maria Joana de Passos Teixeira e neto materno de Ana Luíza Gonzaga e certo cidadão português. Seu pai José Izidro Teixeira ("Juca Teixeira") era ferroviário em 1ªs núpcias c.c. Maria José Barreto, fal. 02/06/1908, filha do Prof. Guilherme de Oliva Barreto e Cristina Maria da Conceição; em 2ªs núpcias c.c. Emília Germana Teixeira, fal. 27/4/1969: filhos Vicente; Adalgisa; Júlio, nasc. 30/07/1918; Renato; Julieta; Luíza; Geraldo e Sílvio. Júlio formou-se em 1935 no Ginásio Santo Antônio, na mesma turma de Roque da Fonseca Braga, Dr. Milton de Resende Viegas, Dr. Antônio Pimenta e Pedro Farnese. Campeão de sinuca, enquanto solteiro; quando casado, abandonou esse esporte.

Em 1937 serviu o Exército, alistando-se no Tiro de Guerra do 11º R.I.-Regimento Tiradentes, sediado em São João del-Rei, com a duração de 26/04/1937 a 23/12 do mesmo ano.

Ao manifestar desejo de prestar concurso para ingresso no Banco Crédito Real de Minas Gerais S.A., seu pai José Izidro, ferroviário aposentado e já adoentado, pediu-lhe que o substituísse na condução do lar e criação dos irmãos menores. Quando prestava o referido concurso, faltando apenas a prova de Datilografia, seu pai morreu. Assumiu o cargo de bancário em Lavras, tendo ficado lá durante um ano. Conseguiu sua transferência para São João del-Rei quando tinha 20 anos, por ser arrimo de família, estando seu irmão Vicente já falecido. Depois que ingressou no Banco de Crédito Real, incentivou um grupo de conhecidos (formado por meu pai Roque da Fonseca Braga, Waldemiro de Castro Torga ["Vavá"] e Luís Lobato) a fazer o mesmo. 

Sua viúva, Olga Braga Teixeira, relembra que se casaram no dia 12 de abril de 1950. Desse enlace matrimonial nasceram-lhes as seguintes filhas: Magda Suzana Teixeira de Assis Coelho c.c. Edson de Assis Coelho; Juliana Braga Teixeira; Marta Maria Teixeira Vale c.c. Paulo de Carvalho Vale, fal. 28/05/2007; Maria de Fátima Braga Teixeira (divorciada); Mônica Braga Teixeira c.c. Caio Pandia de Oliveira Bastone. 


III. O CIDADÃO JÚLIO TEIXEIRA
 
Júlio Teixeira sempre exerceu a cidadania e, procurando servir a comunidade, emprestou seu serviço à fundação, construção, desenvolvimento e aperfeiçoamento de muitas instituições são-joanenses, às vezes simultaneamente, entre as quais cabe destacar as seguintes: dedicou cerca de 20 anos de sua existência profícua e caridosa à Santa Casa de Misericórdia (consta que, na mesma ocasião, Dr. Tancredo Neves condicionou a sua aceitação de ser Provedor à concordância de Júlio Teixeira em ser o tesoureiro da mesma instituição e, graças a essa saudável parceria desses dois amigos, durante aquela gestão a Santa Casa foi ampliada com uma série de novos apartamentos, por exemplo), 9 anos à Fundação Universitária Municipal e à Fundação Municipal de São João del-Rei (como Diretor Executivo), 19 anos ao Albergue Santo Antônio, 40 anos às Obras Sociais da Paróquia Nossa Senhora do Pilar e 30 anos ao Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A., tendo se aposentado em 1º/09/1969 como gerente da sua agência local. Especial destaque merece a contribuição de toda a sua vida a seu clube amado, o Athletic Club, onde exerceu o cargo de vice-presidente, diretor, tesoureiro e conselheiro.


Membros do Conselho Curador em frente ao busto do Marechal Cyro do Espírito Santo CardosoUma característica da personalidade de Júlio Teixeira é que ele não gostava de se deixar fotografar nem de falar em público por causa de sua enorme timidez, deixando que outros ocupassem o lugar de destaque que ele merecia. Pessoa afável na intimidade do lar, na vida pública se destacava por ser administrador eficiente comprometido com as grandes causas sociais e que atuava com desenvoltura e competência nos bastidores. Os verdadeiros políticos e os empreeendedores de visão recomendavam e exigiam o seu concurso para tocar os seus projetos, pois confiavam no seu tirocínio e na sua capacidade reconhecida de articular pessoas e de mobilizar recursos financeiros nos círculos empresariais e comerciais para as grandes causas de São João del-Rei, evitando, contudo, os holofotes em todas essas ações, trabalhando ferrenhamente nos bastidores, vencendo sereno e com humildade as situações críticas e difíceis nos ambientes em que circulou e labutou. Detalhe importante: nunca deixou sua terra natal, com exceção do primeiro ano a serviço e por exigência do seu primeiro empregador. Tal era o tipo inesquecível de Júlio Teixeira, um gigante das grandes causas cidadãs. Nunca se candidatou a nenhum cargo político nem administrativo; pelo contrário, era sempre indicado e aclamado para ocupar os importantes cargos nas organizações por suas qualidades gerenciais. Pessoa amável, dotada de uma personalidade contagiante, otimista convicto, colaborativo e cordial, não admitia contudo ser usado para interesses menores e sabia dizer "não" para quaisquer propostas indecorosas de “aproveitadores de plantão” dos frutos de seu trabalho desinteressado e pleno de generosidade. Como Júlio Teixeira era um mobilizador de todas as pessoas esforçadas e úteis à sua volta, buscou minha colaboração, envolvendo-me nos seus projetos sociais de 1988 até meados da década de 90, nomeando-me "embaixador em Brasília" do Albergue Santo Antônio e das Obras Sociais da Paróquia do Pilar. Por tudo isso, Júlio Teixeira era amado pelas pessoas íntegras de todas as classes sociais e odiado pelos parasitas da política e dos negócios.


“O sol nasceu para todos”, costumava dizer quando encontrava oposição à sua atividade, que, por suas características, acabava ameaçando a hegemonia de algum poderoso da cidade. “Vou mandar um de nossos velhinhos para a sua casa” ameaçava sempre alguém que se recusava a contribuir com um donativo para o Albergue, muitas vezes conseguindo atingir seu objetivo: que o outro abrisse seu coração e sua bolsa.

São inesquecíveis para todos os são-joanenses as campanhas que Júlio Teixeira promoveu em 1959 e início da década de 60, em prol da construção da nova sede social para o Athletic Club, em companhia de seu presidente Dr. Francisco Diomedes Garcia de Lima, carregando embaixo do braço o Livro de Ouro e buscando a colaboração dos clientes do Banco de Crédito Real e dos comerciantes locais, em primeiro lugar, para a aquisição dos terrenos de propriedade de José Carlos das Neves, localizado na Av. Tiradentes esquina com a Rua Luiz Ratton, mediante a subscrição de quotas de sócio-proprietário do clube; mais tarde, para a efetiva construção do novo prédio. Igualmente ninguém jamais se esquecerá das campanhas do agasalho, do Natal, de compra de alimentos e de construção de novos prédios para o Albergue Santo Antônio, que Júlio promoveu ao longo de 19 anos.

Conforme o pedido do seu pai enfermo, Júlio amparou a mãe e seus irmãos até a sua morte em 17/02/1994. Seu corpo foi velado no Velório da Igreja de São Francisco, tendo sido levado, a pedido da diretoria do Athletic Club, para continuar a ser velado por algumas horas na sede social do referido clube, agremiação a que dedicou grande parte do seu tempo como vice-presidente, diretor, tesoureiro, e conselheiro, por vários anos. Concelebraram a missa de corpo presente na Igreja de Nossa Senhora das Mercês o Monsenhor Sebastião Raimundo de Paiva e o Pe. João Batista do Nascimento ("Pe. Dotivo"), de Madre de Deus de Minas. 

O Athletic Club ainda lhe prestou derradeira homenagem, nomeando o seu Salão Nobre “Júlio Teixeira”. Na p. 4 do Informativo Athletic nº 25, de junho/1994, foi estampado o seguinte informe: “No dia 29 de junho homenagearemos dois grandes baluartes do clube. Com isso nossa Sede Social receberá o nome ‘Dr. Francisco Diomedes Garcia de Lima’ e o nosso Salão Nobre o do ‘Sr. Júlio Teixeira’.”

Também o Albergue Santo Antônio lhe prestou homenagem, inaugurando o novo prédio como “Pavilhão Júlio Teixeira”  e ofertando uma placa à sua viúva Olga, em 13 de julho de 1996.

Em 22/07/1996, a Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia lembrou e aprovou o nome do nosso biografado como “Benfeitor pelos relevantes serviços prestados a essa Bicentenária Entidade Filantrópica”.

Sua grande alma e carisma pessoal levavam os seus comandados a, mesmo fora das instituições a que pertenceu, expressarem a sua gratidão pelo muito que receberam de suas mãos liberais. Por exemplo, em carta datada de 3 de janeiro de 1986, portanto 17 anos após Júlio ter deixado o Banco de Crédito Real, o diretor regional desse banco, José Joaquim Pinheiro, manifestou-lhe sua imensa gratidão com os termos carinhosos, que se podem comprovar pela imagem ao lado.

Na Fundação Municipal se verificou outro exemplo desse sentimento de tristeza e abandono que dominou seus servidores quando Júlio se retirou das funções administrativas e gerenciais em 1979. Deve ter calado fundo no coração de Júlio Teixeira os termos das correspondências abaixo, diante da sua decisão irrevogável de deixar a Diretoria Executiva da Fundação Municipal:



Exmo. Sr.
Júlio Teixeira
DD. Diretor Executivo da Fundação Municipal "São João del-Rei"
Nesta

(Anotado: De pleno acordo. Ass.: Marechal Cyro do Espírito Santo Cardoso)


Os abaixo-assinados funcionários desta Fundação, sentindo a necessidade de sua presença na Direção Executiva, onde se faz (necessário) sentir uma orientação certa e segura, vêm no sentido de apelar para volta de V. Sa. no comando de nossas atividades, acatando prontamente suas decisões.
São João del-Rei, 01 de junho de 1979.

Assinam a referida petição: Gilberto Pereira de Oliveira (prof. e Diretor da FAEIN), José dos Santos Botelho (diretor da FACEAC e prof.), Maria Beatriz Farnese Cantelmo (funcª), Júlio Vieira (func.), José Martins Eiterer (prof.), José Eustáquio dos Santos (func.), Vera Lúcia Pedrosa (profª), Aparecida Regina Amorim da Silva (funcª), Alcilene Zanetti (funcª), Eliane Maria de C. Santos (funcª), Rômulo Mendes Corrêa (func.), Ormeu Gonçalves Fróes (prof.), José Roberto Zin (func.), Reynaldo Fernandino (prof.), Walter Gonzaga da Silva (prof.), Luiz Valdemir Ribeiro (prof.), José Henrique de Carvalho (func.), Dâmaso Altomar (prof.), Miguel Verissimo da Silva (func.), José Carlos Rodrigues (prof.), Joaquim Onofre da Silva (func.), Walter Monachesi (prof.), Augusto Barroso da Silva (func.), Antonio da Silva Rios Neto (func.), ..., Francisco Martins de Sá (func.), José Onofre da Silva (func.), José Estêvão do Carmo (func.), ..., ..., ..., Galdino Soares Carvalho (monitor de laboratórios), ..., ..., Júlio Estáquio Vieira (func.), Newton Damásio de Paula Santos (prof.), ..., Dajas Dudu (func.), Roberval Rymer da Silva Carvalho (prof.), João Carlos Machado (prof.) e Alcimara Zanetti Pugliese (profª).


No dia seguinte, 02/06/1979, é preenchida nova Lista de Apoio a Júlio Teixeira, assinada por 35 professores e funcionários, a saber: Fabio Afonso Neto de Campos (prof.), Luiz Carlos Tonelli (prof.), Marcio Vicente Rizzo (prof.), Paschoal Roberto Tonelli (prof.), Armando Coelho (func.), Carlos Juarez Velasco (prof.), Luiz de Sá Alves Junior (prof.), Dalton Lucas Resende Mallard (prof.), Herculano Coimbra Filho (prof.), Fábio Horácio Pereira (prof.), Marciano Ribeiro de Godoi (prof.), Jomildo Amado da Silva (prof.), Maria Luiza Vieira (profª), Reynaldo Fernandino (prof.), Walter Monachesi (prof.), José Martins Eiterer (prof.), José Affonso de Mendonça (prof.), Dâmaso Altomar (prof.), João Carlos Machado (prof.), José dos Santos Botelho (prof.), Roberval Rymer da Silva Carvalho (prof.), Qazi Abdul Baqee (prof.), Luiz Valdemir Ribeiro (prof.), Newton Damasio de Paula Santos (prof.), Jaime Roberto Teixeira Rios (prof.), José da Rocha Netto (prof.), José Carlos Rodrigues (prof.), Maria do Carmo Narciso Silva Gonçalves (profª), Maurício Francisco Lott Falci (prof.), Nelson Willibaldo Werlang (prof.), Antônio Paulino Bastos (prof.), Gilmar Tavares (prof.), Hilton Melquíades Toledo (prof.), Vanderlei Gomide Cândido, Gilberto Pereira de Oliveira (prof.).


A Diretoria e Professores da Faculdade de Engenharia Industrial também prestaram justa homenagem a Júlio Teixeira, quando este se desligou do cargo de Diretor Executivo da Fundação Municipal de São João del-Rei, ofertando-lhe uma placa de bronze e um livro de ouro com os mesmos dizeres, com a data de 4 de outubro de 1980, que a sua viúva Olga conserva com o maior carinho até hoje. Em ambos há o reconhecimento de que “o ensino superior sanjoanense tem, na pessoa de Júlio Teixeira, o artífice das curvas de nível da estabilidade financeira da Fundação e o estrategista dos recursos econômicos que dinamizam os cursos da FACEAC, da FAENOP e da FAEIN. Sua dedicação, mesmo com sacrifícios pessoais, move as engrenagens do complexo econômico-financeiro que ensina futuros técnicos e engenheiros. Sua personalidade, dinâmica e abnegada, enseja este preito de estima e reconhecimento justo e devido. Diretoria e professores lhe creditam méritos especiais na criação e manutenção desta obra e sabem que a sobrevivência desse empreendimento, de grande vulto, depende do concurso de homens da envergadura administrativa de um Júlio Teixeira.
Diretoria e Professores da FAEIN-Faculdade de Engenharia Industrial
São João del-Rei, 4 de outubro de 1980.”                                                                                          

Assinam o Livro de Ouro os seguintes professores: Gilberto Pereira de Oliveira (Diretor da FAEIN), Fábio Horácio Pereira, Elizabeth Marques Duarte, Oyama de Alencar Ramalho, Cesário José de Castro, Jorge José Taier, Herculano Coimbra Filho, Carlos Juarez Velasco, Nelson Ferreira Filho, José Eustáquio dos Santos (func.), José Carlos Rodrigues, Roberval Rymer da Silva Carvalho, João Carlos Machado, Qazi Abdul Baqee, Luiz A. S. Nogueira (func.), Paschoal Roberto Tonelli, Gilmar Tavares, Márcio Vicente Rizzo, Antonio Raimundo Santi, Luiz Carlos Tonelli, Maria do Carmo Narciso Silva Gonçalves, Jorge Hannas Salim, Newton Damásio de Paula Santos, Ormeu Gonçalves Fróes, Fábio Afonso Neto de Campos, Nelson Willibaldo Werlang, Julio Vieira (func.) e Pe. Luiz Zver (Conselheiro suplente).
Acompanha também o Livro de Ouro uma correspondência, em papel timbrado da FAENOP-Faculdade de Engenharia de Operação, dirigida a Júlio Teixeira e conservada também por sua viúva até o presente, na qual 33 servidores lhe pediam para não deixar a Fundação Municipal, vazada nos seguintes termos:

Sr. Júlio Teixeira,
                                                                                                                          
V. Exª não pode deixar a Fundação Municipal de S. João del-Rei. A obra que V. Exª criou, junto com o Marechal Cyro Espírito Santo Cardoso, necessita de sua presença. V. Exª é homem cujos predicados não encontram substitutos. Nós, os funcionários e a Fundação Municipal de S. João del-Rei, necessitamos de sua presença insubstituível. (sem data)                                                                            
Assinam a referida petição: Gilberto Pereira de Oliveira (Diretor FAEIN), Júlio Vieira (func.), Maria Beatriz Farnese (funcª), Dr. Rômulo de Castro Ferreira Alves (Tesoureiro), Eliane Maria de Carvalho Santos (funcª), Pedro Augusto de Oliveira Silva (func.), Joaquim Onofre da Silva (func.), Antonio Candido Gonçalves (func.), Júlio Eustáquio Vieira (func.), Pedro Rufino da Silva (func.), Maria Carmen do Nascimento Viegas (funcª), Aparecida Regina Amorim (funcª), Rita de Cássia da Silva (funcª), Antônio Francisco de Souza (func.), José Estêvão do Carmo (func.), Miguel Arcanjo de Carvalho (func.), Celson José de Resende (Conselheiro), Maria da Glória Pereira (funcª), Helvécio Luiz Reis (prof.), José de Carvalho Teixeira (prof.), José Caetano de Carvalho (Presidente do Conselho Fiscal), Joaquim Gonçalves (Conselheiro), …, José Sarto de Almeida Silva (func.), Dr. Cid de Souza Rangel (Presidente do Conselho Curador), Alberico Zanetti Neto (func.), Moacir Guimarães (Conselheiro), Edson de Oliveira Benevides (func. da Prefeitura), Dalton Lucas Resende Mallard (prof.), Jomildo Amado da Silva (prof.), …, José dos Santos Botelho (Diretor da FACEAC) e José Martins Eiterer (prof.).


Imagens: 
1. Foto de Júlio Teixeira em 18/11/1967 (reprodução do acervo de Olga Braga Teixeira).

2. Foto de membros do Conselho Curador em frente ao busto de bronze, sobre pedestal de granito, do Excelentíssimo Marechal Cyro do Espírito Santo Cardoso, que em 1980 ficava diante da entrada do prédio do antigo Ginásio Santo Antônio (da esquerda para a direita): José da Rocha Netto, Antônio Maria Claret de Souza, Luiz Dangelo Pugliese, Celson José de Resende, Padre Luiz Zver, Dom Delfim Ribeiro Guedes, Dr. Cid de Souza Rangel, Newton Dâmaso de Paula Santos, General Carlos de Oliveira Ribeiro Campos, Dr. Raymundo Monteiro Araújo, Dr. Antônio Andrade Reis Filho, Dr. Milton de Resende Viegas, Luiz de Melo Alvarenga e Dr. Francisco Diomedes Garcia de Lima (reprodução do acervo do historiador Luiz Ferreira)
Ainda hoje se pode ler, gravada no busto de bronze, transladado para o saguão da UFSJ sob alegação de que a estátua prejudicava o fluxo de veículos na entrada do edifício, a seguinte mensagem de vida: "O homem é eterno quando seu trabalho permanece. (outubro de 1980)"
                                                            
3. Carta de José Joaquim Pinheiro a Júlio Teixeira, datada de 3 de janeiro de 1986 (reprodução do acervo de Olga Braga Teixeira).


IV. BIBLIOGRAFIA


CINTRA, S. O. : Galeria das Personalidades notáveis de S. João del-Rei, 1994, obra publicada com o apoio da FAPEC-Fundação de Apoio à Pesquisa, Educação e Cultura, sem ficha catalográfica, 270 p.


VIEGAS, M. R. : Raízes da FUNREI, 1996, obra publicada com o patrocínio do Ministério da Educação e do Desporto, dentro do programa Brasil em Ação, sem ficha catalográfica, 88 p.


V. AGRADECIMENTOS 


Gostaria de deixar aqui consignada minha gratidão a todos os que colaboraram, incentivando-me e fornecendo informações ou material de seu arquivo particular para a realização desta pesquisa, a saber: Olga Braga Teixeira, Juliana Braga Teixeira, Luiz Antônio Ferreira, Alberico Zanetti Neto, Rute Pardini e Celina Maria Braga Campos.